Por José Carlos Huapaya Espinoza e Márcia Silva dos Reis
O edifício é um único volume em sistema modular. Os espaços vazios e internos em forma de claustros são iluminados de forma zenital, que entrecruzados por escadas, passarelas, ventilações e reflexos aquáticos provocam versáteis angulações visuais.
O concreto protendido e pré-fabricado foi empregado em estruturas horizontais, correspondentes as passarelas e corredores, como também nos cabeçotes dos tubulões, que se tornam aparentes entre o espelho d’água e a pilastraria.
O aço corten foi aplicado nos locais de circulação entre os pavimentos, em vigas de apoio, nos guarda-corpos e brises-soleil em forma de grelhas. Este último elemento foi utilizado com a preocupação da proteção da incidência solar sobre o edifício, enquanto associada ao uso da água no pavimento térreo produz um agradável microclima.
O tijolo laminado, material de presença dominante, sendo utilizado nas estruturas verticais, como revestimentos, e nas paredes divisórias, criando uma modulação onde todas as dimensões do edifício derivam da dimensão do próprio tijolo.
Tijolos estruturais, concreto aparente, aço corten e vidro são os materiais utilizados. Os tijolos formam a expressão máxima da linguagem arquitetônica do edifício. Essa característica de exposição in natura dos materiais, sem acabamentos, também se apresenta nas instalações hidrossanitárias, que podem ser vistas expostas em todos os pilotis do edifício.
Referência
José Carlos Huapaya Espinoza e Márcia Silva dos Reis, Influência brutalista na obra do arquiteto Assis Reis: o caso da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), X Seminário Docomomo Brasil, Curitiba, 2013.
*Agradecemos a Daniel Simaan França pela colaboração com o levantamento gráfico e a Manuel Sá por compartilhar o vídeo.
- Ano: 1976